ARTEMÍSIA ( Artemisia vulgaris )

     A Artemísia é por tradição. Uma planta associada à mulher. Na origem do seu nome está a deusa grega da Lua e da caça, invocada pelas mulheres da Antiguidade durante os partos difíceis.

HISTÓRIA E COMPOSIÇÃO:

A Artemísia (Artemisia vulgaris) é semelhante ao absinto que, tal como ela, pertence ao gênero Artemísia. Foi em tempos usada para aromatizar a cerveja e era uma das nove ervas sagradas das tribos Anglo-Saxônicas. Esta é uma planta que se cria em terrenos áridos, em climas secos e que suporta invernos relativamente rigorosos. As suas partes mais importantes do ponto de vista terapêutico são as sumidades floridas, por isso deve-se esperar pelo verão para, as colhê-las. Os seus principais princípios ativos são: flavonóides, carotenóides, taninos, saponinas e óleo essencial (cineol e tuiona) . Diz-se que o cheiro é desagradável para as abelhas e outros insetos e as traças não atacam a roupa perfumada com Artemísia. Isto se deve provavelmente ao fato dos seus óleos essências serem adstringentes.

AÇÕES TERAPÊUTICAS:

A Artemísia atua sobre o sistema nervoso como estimulante e tonica suave. É também útil em casos de febre porque estimula a sudação e as suas propriedades diuréticas contribuem para depurar o organismo. Tal como o absinto é aperitiva e pode ser usada para a falta de apetite e anorexia. Tem uma ação anti-séptica e vermífuga, pelo que pode ser usada para prevenir e combater infecções. Revela-se eficaz para combater os parasitas intestinais nas crianças. Indicada também para cólicas digestivas e intestinais, excelente tonico para a circulação sanguínea, escaras, feridas, piolhos e lêndeas.

A sua principal propriedade é, contudo, a ação emenagoga – regula o ciclo menstrual e seus distúrbios. A sua ação anti-espasmódica ajuda a combater tanto os vômitos como os espasmos uterinos. O fato de regular o ciclo menstrual e contribuir para atenuar as dores menstruais contribui para que ficasse associada ao universo feminino.

MODOS DE ADMINISTRAÇÃO:

Parte usada – Rizoma, folhas e flor.

Folhas de cor verde na parte de cima e prateada em baixo, profundamente divididas. Flores em capítulos pequenos amarelados.

O extrato e a infusão da planta são usados para as febres esporádicas. As folhas também são usadas no banho para comunicar uma propriedade revigorante à água e estimular a circulação.

A infusão é também usada contra as dores do parto e as dores menstruais (100g de flores por litro de água). As flores devem ser colocadas na água quando esta estiver a ferver. Depois retira-se o recipiente do fogo e mantém-se tapado por quinze minutos. Deve-se tomar a infusão quente. No máximo se devem tomar duas xícaras por dia porque em excesso é tóxica.

As flores com que se obtém a infusão podem ser aplicadas quentes, envoltas num pano, sobre o abdômen, para acalmar as dores e os espasmos.

CONTRA – INDICAÇÕES:

A planta fresca pode provocar dermatite por contacto.

Não pode ser tomada por mulheres grávidas, já que os princípios ativos exerceriam a sua ação sobre o feto.

Pelo mesmo motivo não a devem tomar as mulheres que amamentam.

No entanto, ao contrário do que se costuma pensar, não tem propriedades abortivas.

A administração oral de Artemísia também está contra-indicada nas crianças e doentes com epilepsia, sobretudo o seu óleo essencial. Devido ao fato de estimular o sistema nervoso.

A planta e os seus extratos, em especial o óleo essencial, não devem empregar-se de forma contínua nem em doses superiores às indicadas porque alguns dos princípios ativos podem provocar transtornos nervosos e convulsões.

Os preparados com conteúdo alcoólico não devem ser dados a crianças menores de dois anos nem a pacientes com intolerância ao álcool.

*Na Medicina Tradicional Chinesa – MTC , a Artemísia é usada na moxabustão – moxa. Aplicada sobre os pontos inflamados estimula a circulação do sangue e da energia. É usada para promover a produção de células sanguíneas e reforçar o sistema imunológico. Impede deste   modo a estagnação da energia vital (Chi). JL.