Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, foi uma escritora e jornalista brasileira.
Militante comunista, teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922.
Foi à primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.
Bem antes de virar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, pois cometia algumas “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões.
Ela não queria saber o que pensavam dela, tinha muitos namorados e causava polêmica na sociedade. Esse comportamento não era nada compatível com sua origem familiar, que era uma tradicional família e muito conservadora.
Ao contrário do que se propagou Pagu não participou da Semana de Arte Moderna. Tinha apenas 12 anos, em 1922, quando a Semana se realizou.
Com 18 anos, mal completara o Curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928) e já está integrada ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. É logo considerada a musa do movimento.
Aos 19, começou um explosivo romance com o escritor Oswald de Andrade, levando-o a terminar seu casamento com a pintora Tarsila do Amaral.
Aos 20 anos, militante, incendiou o bairro do Cambuci em protesto contra o governo provisório.
Aos 21, tornou-se a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, substituindo num comício comunista um amigo estivador, morto em seus braços pela polícia. Essa foi Patrícia Galvão, diva do movimento modernista brasileiro cujo centenário de nascimento é comemorado hoje com a abertura da programação Viva Pagu.
Em 1930, um escândalo para a sociedade conservadora de então: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagu. Especula-se que eles eram amantes desde a época que Oswald era casado. No mesmo ano, nasce Rudá de Andrade, segundo filho de Oswald e primeiro de Pagu. Os dois se tornam militantes do Partido Comunista.
Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos, Pagu é presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Era a primeira de uma série de 23 prisões, ao longo da vida. Logo depois de ser solta, em 1933, partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho. No mesmo ano, publica o romance Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo.
Em 1935 é presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, e é repatriada para o Brasil. Separa-se definitivamente de Oswald, por conta de muitas brigas e ciúmes. Ela retoma sua atividade jornalística, mas é novamente presa e torturada pelas forças da Ditadura, ficando na cadeia por cinco anos. Nesses cinco anos, seu filho é criado por Oswald.
Ao sair da prisão, em 1940, rompe com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo.
Ao sair da prisão, em 1940, rompe com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo.
Casa-se novamente com Geraldo Ferraz, e dessa união nasce seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941.
Nessa mesma época viaja à China e obtém as primeiras sementes de soja que foram introduzidas no Brasil.
Ainda trabalhava como crítica de arte, quando foi acometida de um câncer.
“Sonhe. Tenha até pesadelos, se necessário for. Mas sonhe”. Pagu.
“Musa trágica da Revolução”. Drummond.
*Libertária Musa do Modernismo - Pagu - 100 anos!
Enfrentou tabu e quebrou preconceitos, sob meus olhos, uma mulher quase Capitu: devastadora, dissimulada, mas ela.
Grande incentivadora do teatro amador e de vanguarda. JL.
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