Nascido em 1959, em Saragoça, Dino Valls é um autodidata que, antes de optar pela pintura, foi médico e cirurgião. Desde cedo se preocupou com os aspectos mais oficiais da Pintura, tendo estudado em profundidade os mestres renascentistas até desembocar na improvável escolha da têmpera de ovo como técnica preferida.
Segundo o próprio artista, a sua pintura pretende eliminar as divisões entre pensamento lógico e pensamento mágico; um desiderato eminentemente surreal.
Como escreveu o crítico Carlo Fabrizio Carli, "Valls não é de todo um pintor realista, muito antes pelo contrário.
A sua arte, imaginativa e mental, metamórfica e visionária, destaca-se ao enfrentar a Natureza, alimentando-se sempre da história da Arte".
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Por vezes, ele parece resvalar para um maneirismo virtuosista e para temas não muito distantes dos de Delvaux ou de Dorothea Tanning. Mas, nos seus melhores momentos, e a partir da profunda inflexão que sofreu em 1998, a obra de Valls transfigura-se de uma forma quase religiosa, banhando o sadismo mais cruel na luz impassível das visões sagradas.
Por vezes, ele parece resvalar para um maneirismo virtuosista e para temas não muito distantes dos de Delvaux ou de Dorothea Tanning. Mas, nos seus melhores momentos, e a partir da profunda inflexão que sofreu em 1998, a obra de Valls transfigura-se de uma forma quase religiosa, banhando o sadismo mais cruel na luz impassível das visões sagradas.
Trata-se de uma pintura difícil de enquadrar; a sua técnica imaculada e anacrónica acaba por funcionar quase como um verniz de estranheza entre as imagens e o espectador, uma membrana que desfoca expectativas e se esquiva aos pontos de fuga banais. O centro nunca anda longe do corpo humano: as suas relações nem sempre pacíficas com o tempo e com o espaço, os acidentes cruéis, a transgressão mutante de todos os seus limites, e, acima de tudo, uma obsessão ascética com a pureza da autoflagelação, com a redenção que só os ferimentos rituais podem mediar.
Valls é hoje um produtor de imagens sacras ao serviço de uma terrível religião ainda em busca da sua divindade, tendo como liturgia o credo nas possibilidades infinitas da anatomia humana.
*Do trabalho de Dino Valls, o instrumento cirúrgico que aparece em suas pinturas não é caprichoso: Valls é Bacharel em Medicina.
Sua pintura, escuro, descreve personagens que estão assistindo com dor nos olhos profundos, feridos e presos feridos no momento de seu sofrimento.
Evolucionando junto a seus quadros. Desenvolvido em conjunto com seus retratos, um de seus personagens, às vezes quase aspecto andrógino, é agora a musa adolescente que se deslocam a expressão facial.
E é que, além dos instrumentos com os quais o pintor punções e dissecar seus personagens, os olhos do pelt mesmo nós com um olhar que grita por socorro, implorando para ter um papel mais ativo do que meros espectadores.
Adoro esse artista realista...JL.
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