Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
‘Luis de Camões’.
"Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões".
*Luís Vaz de Camões, nascido por volta de 1524 ou 1525, morto em 10 de Junho de 1580. É considerado o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu gênio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare. Das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.
Camões teria nascido em Lisboa ou Alenquer, por volta de 1524, de uma família de origem galega que se fixou primeiro no Norte (Chaves) e depois irradiou para Coimbra e Lisboa. Foi seu pai Simão Vaz de Camões e mãe Ana de Sá e Macedo. JL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário