Nutrientes em forma de pílula disputam espaço no organismo, mas quem tem que vencer a parada é o seu corpo. A tática para a vitória é não se entupir de cápsulas de vitaminas e minerais.
È cálcio, é ferro, B12, zinco e muito mais, tudo concentrado em um só comprimido. E o consumidor de suplementos, ávido por repor o que perde na correria cotidiana e deixar o corpo vitaminado, incorre no erro de fazer vultosos investimentos antes de deglutir algumas informações. O mundo mudou e, com ele, a nossa forma de nos alimentarmos.
E, às vezes, retorno que é bom, nada. Pelo menos não aquele que se espera de uma seleção desse nível.
Na dinâmica da digestão, não basta ingerir o nutriente e esperar que faça efeito. O corpo tem que estar em condições de tirar proveito de tudo o que as cápsulas oferecem. E isso depende de fatores biológicos diferentes, capazes de interferir no entra-e-sai de substâncias. À capacidade orgânica de absorvê-las ou eliminá-las dá-se o nome de bio- disponibilidade. Trata-se da proporção entre aquilo que ingerimos e o que será assimilado e utilizado pelo corpo.
Fazer funcionar essa importante engrenagem não é tão simples. Para evitar prejuízos no bolso e na saúde, aproveitando tudo o que as drágeas oferecem de bom, só há um caminho: facilitar a assimilação dos nutrientes.
O mundo dos minerais e das vitaminas é bastante competitivo. Na acirrada corrida por um lugar nas funções celulares, não raro uma substância atropela a outra. Uma das disputas mais clássicas entre os micronutrientes é a do ferro com o cálcio. Este último é o mineral encontrado em maior abundância no corpo. O problema é que os dois minerais competem quando um supera o outro em quantidade. Aí, o ferro, fundamental para o sangue, é quem sai mais prejudicado na maior parte das vezes.
Sem a presença do cálcio, o ferro é bem absorvido, mas, caso tope pela frente com uma alta dosagem do oponente, a sua assimilação não é tão boa por causa de uma redução da tal bio disponibilidade. O cálcio, por sua vez, tem que enfrentar outra parada dura. Sódio e cafeína, um alcalóide facilmente encontrado numa xícara de café, não trava relações muito cordiais com ele. Embora ajam de formas diferentes, ambas as substâncias atrapalham a retenção do nutriente no organismo quando entram em bola dividida, contribuindo para a perda da massa óssea, principalmente em mulheres.
O ferro tem outros relacionamentos conturbados. Muitos estudos em animais e em seres humanos vêm analisando sua interação com o zinco. Quando a proporção daquele mineral no sistema digestivo é elevada, a fixação do zinco fica bem difícil. O contrário também acontece. É uma interação direta de bio disponibilidade, que mostra até que ponto chega à briga para que dois elementos similares sejam absorvidos.
Já o excesso de zinco também pode inibir o cobre. É possível até fazer uso medicinal dessa disputa entre minerais. A doença de Wilson, Por exemplo, ocorre por acúmulo de cobre, que leva a problemas no fígado e no cérebro. E, no caso, quem entra em campo para derrotar o rival é o zinco, administrado em altas doses.
Essas disputas não são exclusividade dos minerais. As vitaminas também aparecem na jogada e, caso não sejam bem recebidas pelo organismo, é desperdiçado. Elas se dividem em dois grupos distintos que dizem respeito à forma como são processadas. As lipossolúveis, como a A, a D, a K e a E, são metabolizadas pela gordura e podem se acumular no corpo, formando bons estoques. Já as hidrossolúveis, formadas pelas vitaminas dos complexos B e C, são quebradas pela água e não podem ser armazenadas. Quando circulam em grande quantidade, passam a ser barradas no processo digestivo e acabam expulsas.
Ingerir muito dessas vitaminas não significa aproveitá-las. O que você ganha mesmo é uma urina enriquecida. A presença de vitamina E em doses elevadas, Por exemplo, pode atrapalhar a ação da K, essencial para a coagulação sanguínea.
No entanto, nem só de antagonismos vivem esses nutrientes. Certas substâncias contribuem umas com as outras, criando um ambiente de simbiose que favorece um bom proveito do suplemento.
Aqueles mega vitamínicos, compostos por nutrientes que dão conta de todo o alfabeto, tem em sua formulação vitaminas e minerais em proporções tidas como ideias para uma boa bio disponibilidade. Existem jeitos de otimizar a absorção de alguns nutrientes. O ferro acompanhado da vitamina C é mais bem assimilado pelo organismo. Problemas de absorção podem atrapalhar o aproveitamento dos nutrientes.
Por mais difícil que seja manter uma rotina diária, é importante que o consumo do suplemento obedeça a alguns horários. O mais recomendado é ingeri-los meia hora antes de refeição.
*O mundo mudou, nossa alimentação também... Nossa missão é garantir uma melhor qualidade de vida aos nossos semelhantes, em vez de deixá-los à mercê da alimentação anti nutriente e do desequilíbrio nutricional, causas de várias doenças modernas... JL!
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