Donatien Alphonse François de Sade, o
marquês de Sade, (Paris, 2 de junho de 1740 — Saint-Maurice, 2 de
dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino.
Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava em um hospício,
encarcerado por ordem de Napoleão Bonaparte, que se sentiu ofendido com
uma sátira que o Marquês lhe escrevera. De seu nome surge o termo médico
sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou
moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia
(Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois
por Napoleão.
Além de escritor e dramaturgo,
foi também filósofo de ideias originais, baseadas no materialismo do
século das luzes e dos enciclopedistas. Sade era adepto do ateísmo e era
caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião
na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por
isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do
termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco
para tecer suas críticas morais à sociedade urbana.
Além de patrono do surrealismo,
Sade é considerado um dos pioneiros da revolução sexual, com suas ideias
libertárias e permissivas, e um dos primeiros a ter uma visão moderna
da homossexualidade, pois defende a existência de diferentes orientações
sexuais para a humanidade. Em Os 120 Dias de Sodoma, chega a satirizar o
predomínio do pensamento heterossexual e a milenar condenação à morte
de comportamentos considerados desviantes: no romance, ele inverte a
situação e dessa vez humilha a heterossexualidade, que é punida com a
morte pelas regras libertinas do castelo em que se realizam as
excrementosas, sangrentas e incestuosas orgias, regadas a
homossexualidade e sodomia. A obra de Sade, constantemente proibida,
serviu de base para a Psychopathia sexualis de Kraft-Ebing, que
classificou as parafilias e incluiu nelas o sadismo, conceito que também
seria muito importante para Freud e seus seguidores, como Melanie
Klein, em cuja obra o termo sadismo costuma ser exaustivamente repetido.
Hoje considerado um clássico maldito, pois passou quase trinta anos
preso mais por suas ideias e por seu comportamento sexual do que por
seus crimes, Sade só começou a ser valorizado pelos surrealistas, no
começo do século 20.
Sade morreu aos 74 anos, amado
por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais
pornográficas quando um dia saísse do hospício.
"...e que nada nem ninguém é
mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum
prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a
moral, a religião ou os costumes".
"Só me dirijo às pessoas capazes de me entender, e essas poderão ler-me sem perigo".
"A primeira lei que a natureza me impõe é gozar à custa seja de quem for".
*Marquês Libertino com ideias libertárias tão futuristas... JL
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