Por que a ditadura
cubana e seus seguidores no Brasil têm tanto pavor de Yoani Sánchez, a ponto de
tentar calar sua voz à força?
O pavor das tiranias – Acusada em seu país, uma ilha
caribenha, dos crimes de comer banana, tomar cerveja com amigos e ir à praia, a
cubana dissidente Yoani Sánchez foi recebida na semana passada no Brasil por
gangues hostis de esquerdistas teleguiados pela ditadura dos irmãos Castro.
Yoani, que só conseguiu sair de Cuba ao cabo de uma intensa pressão diplomática
internacional, foi xingada, empurrada,
agredida e impedida de falar livremente às plateias brasileiras.
A visita da cubana Yoani Sánchez revela muito sobre o Brasil
e alguns brasileiros: ela enfrenta a ditadura para pedir democracia, enquanto
eles usam a democracia para defender a ditadura.
A dissidente cubana encontrou no Brasil uma raridade, jovens
manipulados para defender uma ditadura. Viu patetas fantasiados de Che Guevara
tentando aos berros e à força, impedi-la de falar. A reação de Yoani foi uma
aula de política. Ela pouco se importou com o conteúdo do alarido. Elogiou a
liberdade de expressão existente no Brasil, aprendeu com o sofrimento que o
comunismo é uma bobagem inofensiva – o que prende, tortura e mata é a ditadura.
Aprendeu a valorizar o exercício da liberdade de protestar,
mesmo os adeptos das tiranias. Os donos do poder em Cuba e seus seguidores no
Brasil, alguns fazendo expediente no Palácio do Planalto, tremem de pavor
diante de uma mocinha cuja única arma são as palavras com as quais ela escreve
em um blog na internet. Yoani provoca reações defensivas de fúria nos
esquerdistas, que se manifestam sem restrições nas democracias, justamente
porque o comunismo perdeu, não porque defenda a economia de mercado ou porque
esteja demolindo as supostas conquistas da revolução cubana. O pavor deles
decorre do fato de que Yoani é a evidência de que o exercício da liberdade
individual rasga as entranhas mesmo do mais encorpado totalitarismo. Em um
ambiente assim, Yoani é um perigo letal para a ditadura. “Venho de um estado
onde ter opinião é equivalente à traição”, disse ela na Bahia.
Cuba foi um experimento da União Soviética feito em uma ilha
do Caribe que se manteve enquanto Moscou mandava sua bilionária mesada para
Fidel Castro. No auge da penúria que se instalou em Cuba depois do
desmoronamento do bloco soviético. Desde então, o governo cubano foi gastando
todo o seu encantamento romântico-revolucionário, perdendo legitimidade a cada
dia, mantendo-se pela hegemonia crescente dos militares no aparelho de poder e
pela cultura da delação que faz de cada cidadão cubano um espião do seu
vizinho. Enfim, o experimento comunista cubano assumiu as feições das ditaduras
clássicas em que, em nome de uma nunca alcançada prosperidade coletiva, os
tiranos suprimem as mais básicas liberdades individuais, entre elas, claro, a
mais fundamental de todas, a de
expressão.
*Seja muito bem vinda Yoani Sánchez, admiro mulheres corajosas e determinadas como
tu, que arrisca a vida para falar a verdade em uma ditadura. Gostei do que tu
disseste: "o comunismo é uma bobagem inofensiva – o que prende, tortura e mata é a ditadura". Foi um banho de
democracia e pluralidade... Engraçado
esse nosso Brasil que recebe visita de políticos tiranos e pessoas comuns
defendendo ideias de vários matizes, como é natural em qualquer democracia, mas
poucos mereceram um tratamento tão vergonhoso e indecoroso quanto Yoani. Yoani, não dê
atenção a essa gente extreminsta de esquerda fora de moda que foi te ofender, será que eles sabem do
‘fidelismo arcaico’. Será que seus agressores pararam para pensar por que em
Cuba não existe acesso livre e desimpedido à internet? Por que não existem
jornais? Sabem eles o que é viver num país onde o governo tem controle total da
informação? Yoani, uma mulher de 37anos, já foi sequestrada, torturada e acusada de praticar a variante mais grave
dos crimes punidos pela ditadura cubana: defender a liberdade. Ela liberta a
mente e mostra que o rei está nu... Y vivir La democracia, me gusta mucho! JL