Juiz Odilon de Oliveira: o magistrado mais ameaçado do
Brasil.
O juiz Odilon de Oliveira, de 56 anos, atualmente dorme em
um colchonete no chão no fórum da cidade, sob a vigilância de sete agentes
federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de
Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e está jurado de morte pelo
crime organizado. Sai do seu local de trabalho somente quando estritamente
necessário, e sob forte escolta. Em apenas um ano, o juiz condenou 114
traficantes e ainda confiscou seus bens. Como aqueles que colocou atrás das grades,
ele perdeu a liberdade:”'A única diferença é que tenho a chave da minha
prisão.”
Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados
por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte. “Os
agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100
mil.” O jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do
crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. “Estou valorizado”, brinca.
Foi quando recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a
andar escoltado.
Desde junho de 2011, quando assumiu a vara de Ponta Porã,
ponto de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do
Brasil, as organizações criminosas tiveram severas baixas. Nos últimos meses,
sua vara foi a que mais condenou traficantes no país. Oliveira também confiscou
12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões, 3 apartamentos, 3 casas,
dezenas de veículos e 3 aviões, todos comprados com dinheiro das drogas.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do
Exército e em seguida para um hotel. Mas por fim, decidiu transformar o prédio
do Fórum Federal em casa. “No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava
despesa para a PF.” É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala
de despachos de Oliveira virou seu quarto de dormir. No armário de madeira,
antes abarrotado de processos, estão colchonetes, roupas de cama e objetos de
uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro.
A sua família, que ia se mudar para Ponta Porã, teve de
continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com
seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça uma marmita,
comprada em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de
envenenamento. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta.
"Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada."
Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova
de bala e sai com a escolta. “Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade”. Azar
do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e
levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker',
auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, prossegue distribuindo
sentenças.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz,
inclusive o "rei da soja" no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e
Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Fernandinho
Beira-Mar. "As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque está vendo
os criminosos serem condenados”.
O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a
apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular
de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha "dever de
ofício" enfrentar o narcotráfico. "Quem traz mais danos à sociedade é
o mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos
traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança."
*Prisioneiro de sua competência. No Brasil quem combate o
crime vive assim. Pois esse Juiz é uma pedra no sapato de quem manda no país.
Bem... Deixa pra lá, não posso falar muito, não tenho a proteção que ele tem. As condenações penais no Brasil, são um verdadeiro "Faz de conta", as
leis mais ridículas da terra. Uma piada de mau gosto que fortalecem o
crime e humilham as vítimas e seus familiares. JL
Nenhum comentário:
Postar um comentário