sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Carboidratos Viciam mais do que Cocaína?

Porque a oferta de bolos e docinhos supera a de alimentos saudáveis? Porque os carboidratos, assim como a cocaína, dão barato. E esse barato pode levar à fissura quando se fica muito tempo sem uma “dose”. Só que, diferentemente da cocaína, o consumo de carboidratos faz mais do estabelecer novas conexões no sistema neurológico: o corpo sofre uma espécie de curto-circuito.

Nosso metabolismo normalmente armazena energia para ser usada como combustível. Só que calorias não queimadas viram estoque de gordura. Quando a fome bate, você não fica doido para comer o que estiver à mão, mas desejas as mesmas besteiras cheias de calorias que o levaram à dependência. Pense nesse efeito como o de uma droga.

Mas você pode passar a vida toda sem ingerir um único carboidrato – exceto aquele do leito materno ou da diminuta quantidade da carne – e provavelmente viverá bem.

Açúcar e amido fornecem energia em forma de glicose, fonte para as células vermelhas do sangue – e também a preferida pelo cérebro. Na falta de glicose, o organismo queima  gordura para gerar energia. É o que acontece enquanto você dorme, sem comer por oito horas. O cérebro necessita de carboidrato como combustível. Mas o corpo é capaz de buscar energia nas proteínas, nos vegetais e na gordura animal.

Carboidratos são nutrientes absolutamente desnecessários para o ser humano. Porém o problema não está exatamente nos carboidratos e sim na dependência que estabelecemos deles. Ao ativar áreas do cérebro ligadas ao prazer, eles derrubam nossas defesas contra a comilança desenfreada e nos deixam gordos e mal nutridos. Quanto mais comemos alimentos ricos em carboidratos, mais queremos comer – o processo é semelhante ao das drogas viciantes.

O consumo de doces leva ao desejo compulsivo e a sintomas de abstinências. Isso porque tanto carboidratos como cocaína e anfetamina envolvem os mesmos circuitos cerebrais sob o comando do sistema nervoso central. Alimentos altamente calóricos injetam no sangue dopamina, neurotransmissor que, ao atingir o centro de recompensa do cérebro, gera um efeito imediato de bem-estar e felicidade,  o mesmo que causa a da dependência química. Tudo o que dá prazer, guloseima ou droga, aciona uma rede complexa de neurônios que, ao ser ativado, reconhece a sensação agradável, cristaliza-a na memória e provoca a repetição do gesto.

Assim que você põe na boca um alimento  calórico, começa a produção da dopamina. O consumo de carboidratos provoca um prazer intenso que vai embora rápido, o que leva ao desejo de ingerir aquilo de novo para ter de volta a satisfação perdida. Brigadeiro e pão francês, por exemplo, ativam o centro de recompensa de maneira tão rápida e intensa que a mensagem de saciedade é ignorada pelo cérebro.

Se você adotar uma dieta pobre nesse nutriente, seu corpo vai queimar estoques de gordura. Já comer carboidratos em grande quantidade (principalmente os refinados, como açúcar, farinha branca e refrigerante), obriga o pâncreas a liberar cada vez mais insulina. Em altas doses a glicose desequilibra a fabricação de insulina e modifica a própria membrana das células, que passam a negar a entrada do açúcar, então ele sobra na circulação e acaba armazenado em forma de gordura.

Não é o caso de declararmos guerra ao carboidrato, o importante é controlar o impulso e evitar o imediatismo. Em vez de banir o carboidrato fique de olho no índice glicêmico IG; massas, arroz branco e pão branco possuem rápida digestão, absorção e sensação de fome. Alimentos com baixo IG: cereais integrais, pão e arroz integral, verduras e legumes, retardam o esvaziamento gástrico e prolongam a saciedade.

É possível nos livrarmos da dependência dos carboidratos, a fissura acaba depois de um tempo.
O assustador é que, como um viciado em recuperação, você nunca estará 100% curado e ainda correrá o risco de recaídas.


*O segredo é fugir dos carboidratos brancos, refinados e processados, considerados por mim, como ‘alimentos’ antinutrientes e ‘alimentos’ vazios em nutrientes e energia. Comer os carboidratos de grãos integrais e orgânicos, pois eles não geram picos de concentração de açúcar no sangue como os refinados, que provoca mais fome em seguida, possível dores de cabeça, mau humor e outros inconvenientes... O mercado hoje possui uma grande variedade desses produtos. Na hora da sobremesa, tente trocar o doce e o chocolate por uma fruta.  JL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário