Conheça os tratamentos, em que se baseiam e as principais diferenças em relação às terapias tradicionais.
Um dos traços mais marcantes deixados pelos movimentos de contracultura da era flower Power – os “loucos anos 60” – neste início de século 21 é uma visão alternativa do mundo.
Hoje, estudos comprovam que os “alternativos” – as pessoas que vivem e trabalham de uma forma diferente da convencional, são mais felizes e longevos. Mas, apesar do cunho radical, o termo “alternativo” refere-se, na verdade, a um estilo de vida mais próximo da natureza do indivíduo. Assim, quanto mais “natural”, próxima de si mesmo e da realização dos seus ideais a pessoa for, maior será sua qualidade de vida.
Alimentação, lazer, autoconhecimento e espiritualidade são alguns dos principais aspectos enfatizados por aqueles que buscam estar em maior sintonia com sua realidade pessoal. E como não poderia deixar de serem, os tratamentos de saúde procurados também são diferentes dos tradicionais. Essas pessoas se tratam com a chamada “medicina alternativa ou complementar”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os termos “medicina alternativa” ou “medicina complementar” referem-se, na maioria dos casos, à medicina de tradição de alguns países. Essas práticas abrangem o conhecimento, as habilidades e as terapias baseadas nas experiências de manutenção de saúde de diferentes culturas. É claro que o que é chamado de “alternativo” ou “complementar” em um país pode ser “tradicional” ou “convencional” em outro. Em todo o mundo, a medicina de tradição tem se integrado ao sistema de saúde ortodoxo.
Não importa qual seja o sistema – Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Oriental, Medicina Indiana Védica (ayurvédica), Fitoterapia, Quiropraxia, Acupunctura, Naturopatia, Homeopatia, Iridologia e Terapia de Massagens, entre muitos outros, a maioria das abordagens alternativas está baseada no vitalismo, o conceito de que as funções do corpo existem e são reguladas por uma força vital que não pode ser mensurada por métodos científicos. O princípio de cura se sustenta na idéia de que as doenças devem ser tratadas através do estímulo da habilidade do corpo de curar a si mesmo. Em vez de tratar os sintomas, os vitalistas procuram fortalecer o corpo. Este e outros conceitos têm atraído cada vez mais pessoas para os tratamentos com medicina alternativa.
Tradicional versus Alternativa:
Em muitas partes do mundo, as práticas tidas como “alternativas” são aceitas sem reservas e permanecem como o principal veículo de tratamento médico. Contudo, apesar de alguns desses métodos, com acupunctura, a homeopatia e a fitoterapia, terem recebido certa aceitação das autoridades médicas ocidental, a maioria ainda é marginalizada pela ciência.
A alopatia, a medicina tradicional. É um sistema terapêutico que busca tratar as doenças por meios contrários a elas, procurando conhecer suas causas e combatê-las. Os procedimentos, diagnósticos e medicamentos alopáticos, do grego allos (outro) e páthos (doença), resultam geralmente de estudos científicos. Os cientistas fazem hipóteses sobre o mecanismo do seu objeto de estudo e, então, conduzem experiências para testar a validade das suas idéias. Nos últimos dois séculos, a maioria dos avanços na medicina, e das outras ciências, resultou do uso deste método. Por causa desse conceito. Para grande parte dos cientistas, a medicina alternativa e todas as suas práticas são altamente questionáveis.
A alopatia, representada no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), reconhece 64 especialidades médicas. Além delas, apenas as alternativas, homeopatia e acupunctura tem o aval do CFM.
Isto, porém, não tem evitado que cada vez mais pacientes no mundo todo busquem tratamentos na MAC. Este fato, comprovado estatisticamente, está sendo interpretado por alguns cientistas sociais como um indício de que muito contribui para o boom que a Medicina Alternativa e Complementar experimenta atualmente é a barreira que a alopatia geralmente coloca entre o médico e seu paciente.
Contradizendo completamente o princípio de que para se proceder à cura “há que se conhecer o paciente melhor do que a doença”, elaborado por Hipócrates, o médico grego que tornou-se o “Pai da Medicina”, os médicos alopatas poucos conhecem sobre a quem curar.
Sua visão é baseada puramente no aspecto bioquímico e não considera o peso que as incidências emocionais e mentais acarretam sobre a saúde e a cura do paciente.
Além disso, com o crescente advento das especializações médicas, o alopata perdeu a visão do corpo como um sistema integrado que funciona como um todo. “ Os médicos perderam a visão do corpo humano como um todo”. Afinal como definiu o dramaturgo irlandês George B. Shaw, “especialista é aquela pessoa que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, até chegar a conhecer quase tudo sobre nada”. E não foi só a visão do todo que eles perderam. Cada vez mais, as especializações têm roubado a confiança qoe os pacientes depositavam nos seus médicos.
A medicina alternativa, por sua vez, ganha mais espaço por abarcar um antiqüíssimo conceito terapêutico.
Filon de Alexandria (30 a.C. - $0 d.C.), filósofo judeu de cultura helenística, líder de uma comunidade cujos membros eram chamados de “Terapeutas”, foi quem melhor definiu aquilo que constitui o trabalho de um terapeuta: “cuidar do ser”. De fato, a palavra grega therapeutes tem dois sentidos: “servir, cuidar, render culto” e “tratar, sarar”. Os antigos papiros de Serápis, por sua vez, referem-se a esses profissionais como aqueles que sabem “orar pela saúde dos que sofrem”.
Assim, frente à falta de “ouvidos” dos médicos alopatas que evitam escutar as queixas dos seus pacientes, muita gente tem buscado terapeutas que empregam práticas alternativas e que, afinal CE contas, ouvem e dão atenção às mazelas dos seus pacientes.
O resultado desse cuidado é factual. Na década de 1950, cientistas descobriram que aproximadamente um em cada três pacientes sentia-se melhor mesmo quando recebia uma substância inerte farmacologicamente, como um comprimido de açúcar. Isto foi chamado de “efeito Placebo”. A importância dessa descoberta está no fato de que a saúde pode ser alterada pelo nosso estado de espírito e pelas nossas crenças. O número de pessoas que responde aos placebos pode ser ainda maior, especialmente se o paciente ou o médico que o está tratando acredita que funcionará. Esse conforto que o terapeuta dedica ao paciente, tão ausente na alopatia, é, portanto, fundamental para a cura ou a manutenção da saúde.
O Brasil tem acompanhado de forma pioneira esta tendência, Recentemente, o Ministério da Saúde constituiu um grupo de trabalho com a missão de elaborar uma política que permita incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o País, práticas alternativas, como a fitoterapia, a acupunctura e a homeopatia.
*Na visão da Med. Alopática, o corpo humano se divide em: cabeça, tronco e membros superiores e inferiores. O que divide não forma nada.
Na visão da Med. Trad. Chinesa, o corpo humano compõe-se de: cabeça, tronco e membros. O que se compõe forma algo – corpo. Visão holística do ser. JL.