segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Não Entendo...


Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

'Clarice Lispector'.

*E são nas palavras que a catarse se concretiza.
Clarice mexe comigo...  "Não entendo...isto é tão vasto que ultrapassa qualquer entender". JL.

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