quarta-feira, 5 de maio de 2010

História da Fitoterapia.


A fitoterapia traz as propriedades de alguns vegetais para estabelecer a saúde humana.

Desde os primórdios da história, as plantas têm papel fundamental na vida humana, influenciando a cultura, a religião, a medicina, e estética e a economia. No início, os homens não eram capazes de explicar os ciclos que observavam nas plantas, atribuindo à magia e aos deuses a diversidade e o poder de renovação e de cura da vegetação. Aqueles que de dedicavam ao seu estudo eram inicialmente os xamãs, depois os curandeiros e, por fim, os terapeutas e os médicos.

Uma descoberta arqueológica num cemitério de Neandertal de mais de 60 mil anos, no Iraque, indica o uso já naquele tempo de várias espécies que são populares até hoje. O cacto peiote, usado pelos índios mexicanos há mil anos, têm, além de propriedades alucinógenas usadas para comunicação com os deuses, efeitos antibióticos. Os sumérios, por volta de 4000 a.C., usavam o tomilho, o ópio, o alcaçuz e a mostarda como remédio. Os babilônios acrescentaram à lista o açafrão, o coentro, a canela, o alho e as folhas de sena.

Os antigos egípcios cultivavam a magia das plantas, identificando-as com seus ritos e símbolos sagrados. Em um rolo de papiro encontrado por um árabe próximo a Tebas, foi surpreendida pela frase: “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano”.  Acredita-se que o papiro foi escrito no séc. 16 a.C, e continha cerca de 800 receitas fitoterápicas.

Os chineses também tinham uma farmacopéia com o estudo de diversas plantas medicinais, chamado de Pen Tsao.
O uso das plantas para fins medicinais também era comum entre os hebreus, como atesta o Velho Testamento.

Os terapeutas da Grécia antiga eram chamados de filhos de Esculápio, deus da cura, que tinha como símbolo a serpente enroscada num bastão, o caduceu, ainda hoje símbolo da medicina.

Hipócrates, herdeiro e divulgador da tradição médica da ilha grega de Cós, afirmou que a medicina era ciência e arte, tirando-a do campo do misticismo e da religião.
Ele enfatizava a importância da dieta, do estilo de vida, dos exercícios, dos banhos de sol e da água para a saúde. Seus textos citam cerca de 400 plantas medicinais.

No período da Inquisição e das Cruzadas, a Igreja controlou quase todo o conhecimento fitoterápico e aspirou pelo seu domínio. Males e doenças foram vistos como causas de pecados e deveriam ser curados com preces e arrependimentos. Mesmo com a Igreja desacreditando as pesquisas de povos não-cristãos, os mosteiros preservaram os estudos, além de cultivarem verdadeiros jardins de ervas.

No Renascimento, muitos artistas como Leonardo da Vinci e estudiosos influenciaram o avanço da fitoterapia.

Theophrastus, conhecido como Paracelso, foi o divulgador da famosa teoria das assinaturas: era uma visão da natureza centrada no ser humano, que dizia que as plantas não só foram criadas para o uso do homem, como tinham um claro sinal – daí o termo assinatura – do fim específico a que se destinavam. Por exemplo, o alquequenje, com seu cálice em forma de bexiga, era usado para o trato de distúrbios urinários; uma planta com folhas em forma de coração era utilizada, por sua vez, para tratamento de doenças cardíacas.
Paracelso também defendia o uso de química na preparação de medicamentos, porém em doses mínimas e controladas.

A fitoterapia usa plantas como remédio para restabelecer a saúde:

Muitas drogas convencionadas vêm de extratos vegetais, mas a diferença é que os fitoterapeutas acreditam que a planta como um todo produz um remédio mais balanceado que os extratos refinados.
À medida que a civilização se desenvolveu, as plantas necessárias para o cotidiano passaram a ser cultivadas.

A fitoterapia sempre se dividiu em duas áreas: a dos remédios caseiros, indicados para os primeiros socorros, para o tratamento de casos menos importantes e das pessoas doentes em casa com o recurso à mão; e o de remédios profissionais, mais especializados, que geralmente utilizavam erva forte e raras e requeriam conhecimento específico para diagnóstico e tratamento.

Diversas evidências documentam o uso das ervas ao longo da história. Os “homens do gelo” da Idade da Pedra, encontrados congelados nos Alpes austríacos anos atrás, levavam consigo um kit de primeiros socorros com dois pedaços de fungos do vidoeiro. Este ainda hoje é usado para estancar hemorragia e desinfetar ferimentos.

Santa Hidelgarda, madre superiora de um convento suíço no século XI, conhecia seis diferentes tipos de fungos medicinais e mantinham uma horta, de ervas terapêuticas, que incluía até ervas das Índias. Pessoas doentes iam procurá-la para obter ervas rara ou receber tratamento especializado.

*O desenvolvimento e o uso da fitoterapia é, no mínimo, um sonho de muitas pessoas no mundo que dependem basicamente desta “medicina popular” para manter sua saúde. JL.

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