terça-feira, 21 de setembro de 2010

Homeopatia - A Cura Pela Semelhança.


A cura pela semelhança.

Saiba como a homeopatia age para acabar com os males do corpo.

Nos primórdios da medicina, quando esta ciência ainda era tida como um ramo da filosofia, Hipócrates, que viveu no século 4º a. C., herdeiro da tradição médica, da ilha grega de Cós, tido como fundador da medicina ocidental, concluiu que há duas maneiras de se obter a cura: pelos contrários ou pelos semelhantes.

A tradição médica ortodoxa, a alopatia, acabou norteando-se pelo caminho dos contrários. O princípio dos semelhantes foi, porém, retomado durante a Renascença, quando o alquimista suíço Philippus Aureolus, mais conhecido como Paracelso (1493-1541), baseou-se seus estudos na lei dos semelhantes. Buscando curar uma doença com o seu equivalente, Paracelso tratou pessoas com substâncias que produzem, numa pessoa saudável, os mesmos sintomas da doença.

Paracelso usou doses mínimas dos medicamentos e chamou as doenças pelo nome dos remédios que podiam curá-las. Ele foi, dessa forma, um verdadeiro precursor desse método terapêutico.O método de Paracelso não foi, porém, divulgado e acabou sendo esquecido. Coube ao médico alemão Samuel Hahnemann (1755-1843) sua descoberta. Hahnemann sentiu-de impotente como médico, pois não conseguia curar muitos dos doentes que o procuravam. Em alguns casos, o tratamento era mais doloroso do que a própria doença. De fato, a medicina da época era extremamente primitiva. Tinha como procedimentos terapêuticos sangrias feitas com sanguessugas, purgações e o uso de arsênio e outros venenos como febrífugos.

Desapontado, Hahnemann chegou mesmo a abandonar a profissão, passando a trabalhar como tradutor de livros médicos. E foi assim que ele teve acesso ao trabalho do médico Cullen, que usava a China officinalis para o tratamento da malária. Hahnemann ficou intrigado com o fato de as intoxicações acidentais pela planta produzirem os mesmos sintomas da malária. Decidiu então experimentar a China officinalis nele mesmo. Resultado: a planta produziu sintomas semelhantes àqueles produzidos pela planta.

Para testar se outras substâncias teriam a mesma propriedade, Hahnemann e um grupo de médicos começaram a usar neles próprios outras substâncias e a registrar suas observações.

E a teoria se confirmou: “a mesma substância que em indivíduos sãos era capaz de provocar determinados sintomas era também capaz de curar estes sintomas em indivíduos que os estivessem apresentando”.
A partir dessa conclusão, o pesquisador operacionalizou e desenvolveu a terapia que viria a se chamar “Homeopatia”.

Derivado do termo grego homoios, a palavra “Homeopatia” significa “Semelhante”.
Ao contrário da medicina ortodoxa, que considera os sintomas com uma manifestação direta da doença, a homeopatia os vê como uma reação do organismo contra a doença. A homeopatia procura, portanto, estimular a reação do corpo – os sintomas – como método de cura. O princípio entende que não é o remédio que cura, mas o próprio corpo.

Para os homeopatas, o funcionamento físico e psicológico do organismo é regido por uma energia imaterial que interliga todas as suas partes. Quando essa energia vital vibra harmoniosamente, a pessoa está saudável. A doença seria então uma perturbação da energia vital, uma alteração do equilíbrio dinâmico e funcional do organismo. E como a homeopatia vê o organismo como um todo, quando o corpo adoece, é o paciente que adoece, e não seu fígado, coração, baço ou qualquer outra parte individualmente. Assim, a homeopatia propõe tratar o todo.

Para tanto, essa terapia emprega mais de dois mil remédios diferentes, extraídos de substâncias vegetais, animais e minerais. Essas substâncias básicas são submetidas a um minucioso processo de diluição e dinamização. As solúveis são diluídas em um veículo constituído por álcool e água. As insolúveis, por sua vez, são trituradas em porções de lactose até que se tornem solúveis.

O diagnóstico homeopático também é característico. Levam em conta as particularidades individuais e, seguindo à risca p preceito hipocrático de que “é preciso conhecer o paciente mais do que a doença”, busca obter um profundo conhecimento dos doentes. Para tanto, ele é submetido a um longo questionário, através do qual o médico procura obter o maior número possível de informações, tanto a respeito da doença como do próprio paciente. Às vezes, um simples traço da personalidade pode determinar a escolha do remédio mais adequado para a pessoa.

Partindo do princípio de que a reação orgânica varia conforme o indivíduo, o médico homeopata cria um sistema de tratamento voltado especificamente para o doente.
Esta abordagem, permeada de atenção, é o diferencial da homeopatia responsável, segundo alguns homeopatas, pela crescente popularização desta prática.


*Embora, desde 1980, a homeopatia seja reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, ela é considerada alternativa. De fato, muitos médicos alopatas classificam o tratamento homeopático como mero placebo. Para alguns a homeopatia não tem comprovação científica e sua ação não pode ser explicada a partir dos princípios da bioquímica. Os homeopatas, porém, afirmam que a terapia que praticam é comprovada na prática. Não fosse assim, ela não teria se popularizado tanto, desde sua introdução por Hahnemann. JL.

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