sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Medite na Ação.


Boa notícia para quem pensa em livrar a mente do habitual turbilhão de pensamentos, mas acaba desistindo porque não gosta de ficar muito tempo parado: um outro método permite atingir um profundo estado meditativo. E você não precisa deixar de lado as atividades rotineiras.

Mas, afinal, o que é meditação? Como ele age no corpo e na mente?

“A meditação vippashna (palavra sânscrito que significa ver claramente, estar consciente) é um estado de atenção profundo no momento presente, em que desviamos o foco dos nossos pensamentos para ficarmos conscientes sobre o que acontece ao nosso redor”.

No caso da meditação na almofada, a respiração é o centro da nossa atenção. Já quando meditamos na ação, ficamos ligados na atividade do momento sem pensar em mais nada. É ou não é o oposto do que costuma acontecer?
Quem consegue se concentrar apenas naquilo que está fazendo? “No dia-a-dia, apenas 20% da nossa atenção se dirige às nossas ações. Mas de 80% dela volta-se para os nossos pensamentos.
“Quando meditamos na ação, essa proporção praticamente se inverte”, diz o mestre tibetano.

Os budistas dizem que a mente é muito maior que o rio de idéias que povoam a cabeça. Há espaço de sobra, fresco e aberto. Só precisamos mergulhar nele para nos modificarmos. Depois de um, certo tempo de treino, pode nos tornar menos ansiosos e ter mais clareza sobre quase tudo na vida.

E, se a calma é boa para a mente, também o é para o corpo. Com a meditação a pressão pode abaixar e os hormônios do estresse, diminuir. Além disso, quando estamos mais atentos nos sentimos mais vivos, dizem os budistas. Passamos a notar o que antes mal percebíamos – a árvore que floresceu lindamente, a refrescante brisa da manhã... O mundo fica mais nítido e rico.

Se você sempre acreditou que para meditar é preciso se isolar de tudo e de todos, sentar-se numa almofada na posição de lótus e cantar mantras, buscando elevar-se a um mundo superior e espiritual, prepare-se para uma grande surpresa.

“Essa é uma das maneiras de atingir um estado meditativo de calma e tranqüilidade, mas há outras até muito simples”, diz o monge.

Tal revelação pode representar um verdadeiro alívio para quem tem vontade de experimentar esse estado alterado de consciência, mas não consegue ficar parado. “No centro de meditação no Canadá, por exemplo, as pessoas meditam durante a prática do arco e flecha. Aqui começamos a ensinar o método Por meio das artes contemplativas”.

Toda hora é hora: Dá para meditar a qualquer momento do dia, em qualquer atividade – tocando violão, bordando ponto de cruz, nadando, passeando no parque ou até em ações tão prosaicas quanto varrer o chão, limpar os vidros ou passar a roupa. Todo movimento ou ação, em particular as tarefas repetitivas e que levam um certo tempo, pode ser usado para meditar. “O ideal é que meditemos o tempo todo, ao pentearmos o cabelo, ao tomarmos banho, ao tomarmos uma xícara de chã, andando na rua ou até enquanto nos vestimos”, diz o mestre tibetano Chogyam Trungpa, autor do inspirador livro “Meditação na Ação.

*Meditação na ação – meditar caminhando, quem trouxe a meditação para bem perto de nós foi o monge Thich Nhat Hanh, nascido no Vietnã e hoje radicado no oeste da frança. Um dos seus livros mais famosos chama-se “Meditação Andando”. È encantadora a maneira como nos ensina a saborear cada momento de uma caminhada. O coração garante se inunda de paz e harmonia. JL.

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