Molusco “rouba” DNA de algas e se transforma em híbrido: vive como animal, mas se alimenta como planta.
Um molusco esquisito e feio, que vive no litoral oeste dos EUA, pode redefinir tudo o que se sabe sobre a divisão entre animais e vegetais. Isso porque esse animal, cujo nome científico é Elysia chlorotica, não é bem um animal: é um híbrido de bicho com planta.
Cientistas de três universidades americanas descobriram que o Elysia conseguiu incorporar um gene das algas, o psbO, e por isso desenvolveu a capacidade de fazer fotossíntese. É o primeiro animal a se alimentar apenas de luz e CO2, como as plantas.
Segundo o biólogo Sidney Pierce, da Universidade da Flórida – “Ele consegue produzir sua própria energia, sem comer nada”.
Essa estranha capacidade é a mais nova proeza do Elysia, cujas habilidades evolutivas têm chamado a atenção da comunidade científica. Antes de se transformarem em híbridos de animal com vegetal, os moluscos dessa espécie costumavam engolir algas e usar os cloroplastos (pedaços de célula que contém clorofila) delas para fazer fotossíntese.
Os pesquisadores ainda não sabem como o molusco conseguiu se transformar em planta, mas tudo indica tratar-se de um caso clássico de seleção natural.
Um indivíduo da população da espécie teria sofrido a mutação, levando vantagem (por conseguir se alimentar de luz) e transferido a habilidade aos descendentes.
Pura Teoria da Evolução. Darwin continua irretocável. Mas a árvore da vida, e suas divisões entre gêneros e espécies, podem precisar de um pequeno adendo.
O Surgimento da fotossíntese foi um dos momentos grandiosos da história da vida aqui na Terra.
A Elysia chlorotica, uma lesma marinha hermafrodita verde escura, encerra os mecanismos para levar a cabo a fotossíntese, como resultado do estabelecimento de uma relação simbiótica intracelular com os cloroplastos que rouba à alga haplóide Vaucheria litorea, que constitui a sua fonte alimentar.
O pequeno animal obtém os cloroplastos após perfurar a parede e sugar o conteúdo das células da alga, que armazena nas células do seu ramificado intestino, que se prolonga por todo o corpo, onde permanecem funcionais. A associação estabelece-se em cada geração.
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