sábado, 12 de dezembro de 2009

MODERNIDADE LÍQUIDA

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, conhecido por criar o conceito de "modernidade líquida", que usa para definir os dias de hoje e os que vêm pela frente. A ideia colou: volta e meia, seus livros aparecem entre os mais vendidos - um feito e tanto para um pensador que não é dos mais fáceis de ler.

A modernidade líquida parte do pressuposto de que, no passado, tudo era sólido. Por exemplo: uma família tinha um pai, uma mãe e um punhado de filhos. Agora o mundo estaria mais líquido. Ou, pelo menos, os conceitos, mais frouxos. E aí, seguindo o mesmo exemplo, as famílias "líquidas" passaram a ser aceitas com naturalidade. Hoje em dia, até mesmo um bando de solteiros que moram juntos pode se considerar uma família. Para Bauman, não são apenas as famílias que estão mais líquidas, as instituições, o Estado, a sociedade (que não cumprem seus papéis). Uma grande inversão de valores, enfim... Mas o mundo. Na vida profissional, um desses sintomas é a instabilidade das carreiras. A liquidez interfere até na hora de ter medo: em vez de um inimigo nítido, surge o terrorismo, que pode atacar em qualquer lugar.

De qualquer maneira, não é só porque Bauman entendeu o mundo que ele passou a concordar com tudo isso que está aí. Pelo contrário: crítico do consumismo exacerbado, o sociólogo reclama que a fluidez também tornou mais flexíveis valores importantes, como a relação humana, o amor e o comprometimento. O curioso é que é justamente a defesa dos valores sólidos que fazem Bauman um dos pensadores de maior sucesso.

"Em nossa sociedade, expor o privado é uma virtude e um dever público".

* Estamos em rede, tudo interligado dentro de uma Modernidade Líquida! JL.

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