sábado, 30 de julho de 2011

O Açúcar de Gandhi e a Ética Pessoal.


Herói da independência da Índia, mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi, que quer dizer em sânscrito alma grande, um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha, freqüentemente traduzido como o caminho da verdade ou a busca da verdade, princípio da não-agressão e forma não-violenta de protesto, como um meio de revolução.

Gandhi costumava receber pessoas em sua casa para aconselhamentos. Na Índia é assim, os mais velhos, e principalmente os sábios, sentem-se na obrigação de repassar aos mais jovens tudo que a vida já lhes ensinou.

Certo dia, uma mãe levou seu filho para que Gandhi o aconselhasse a deixar de comer açúcar. O menino estava engordando e a mãe temia pela sua saúde. Diante de Gandhi, a mulher pediu-lhe que livrasse seu filho do vício que estava comprometendo a saúde dele.
Gandhi olhou atentamente para o menino e lhe disse: “Volte para casa e retorne em 1 mês”.

Confiante nas orientações do iluminado, a mãe cumpriu fielmente o que ele havia pedido ao filho.
Vencido o prazo, os dois retornaram para nova consulta.
Para surpresa da mãe, novamente Gandhi recomendou que o menino voltasse para casa e só retornasse em 1 mês.

Vencido o prazo, o mestre fez o mesmo pedido. A mãe, que não se atreveu a perguntar o por que daquele procedimento, cumpriu religiosamente tudo o que foi pedido. Queria muito que o filho se livrasse do açúcar.
Ao final de 3 meses, mãe e filho se colocaram novamente diante de Gandhi, que então olhou fixamente o menino e disse: “Filho, pare de comer açúcar. Embora a sensação que produz seja de prazer, ficar sem ele produz prazer ainda maior. Nada se compara à graça da libertação. Vá em paz”.

Surpresa com a orientação, a mãe não se conteve: “Mestre, se era tão simples assim por que não fez esta recomendação logo na primeira consulta? Por que nos fez esperar tanto tempo? Foram 3 meses de espera”!

Gandhi respondeu com sua habitual serenidade: Por que naquela época eu ainda comia açúcar.
Esta é a ética de um ser iluminado. Ele é essencialmente comprometido com o que pensa com o que sente e com o que fala e faz.
Sem a total concordância entre estas quatro atitudes – pensar, sentir, falar e agir, é impossível falar em honestidade consigo mesmo e com outros.

A consciência da unidade impõe a responsabilidade de um ser humano só fazer a outro aquilo que deseja para si mesmo. Não se pode ensinar a uma pessoa o que ainda não foi aprendido corretamente e aplicado em si mesmo.

Fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro nos fizesse é o ensinamento básico de todos os mestres espirituais e a regra básica para a elevação do homem à categoria de humano.

*Gandhi foi um dos grandes seres humanos a fazer parte do século XX. À sua grande espiritualidade ainda agregava o talento político, usados com intensidade para libertar seu povo. O mundo, em cada século, produz um grupo de pessoas notáveis, capazes de abrir mão de seus interesses particulares, para lutar em prol da humanidade. Muitos ousam dizer, que tais pessoas têm uma ligação direta com o divino. JL

Um comentário:

  1. Esta mensagem nos faz refletir sobre a Ética.
    Ser ético, antes de tudo é ser politicamente correto.
    Muitas vezes, votamos em políticos que tem a melhor proposta e não pensamos naqueles que não prometem, porque sabem que será impossível cumprir a promessa.
    Grandes líderes antes de tudo, são grandes exemplos.

    Sônia Cardoso de Oliveira

    Analista de Recursos Humanos

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