quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pílula Anticoncepcional.



Combinação do estrogênio e da progesterona aumenta risco de trombose e AVC.

A pílula anticoncepcional é o medicamento mais estudado no mundo, afirma o ginecologista da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Isso porque ela é usada por milhões de mulheres anos a fio e afeta todos os órgãos com receptores hormonais. Seu uso previne não só a gravidez como ainda garante um ciclo menstrual regular.

A evolução do método atingiu seu ponto mais alto com a combinação de dois hormônios, o estrógeno e a progesterona (a pílula combinada), em níveis baixíssimos e mais eficazes do que nunca, mas, como todo medicamento, ela possui efeitos colaterais. Por isso, hábitos de vida, condições de saúde e histórico familiar de doenças são determinantes na adoção ou não da pílula. Em caso negativo, outros métodos podem ser usados sem riscos à saúde feminina. 

Confira abaixo quando a pílula combinada é contra indicada:

Tabagismo  - A associação da pílula com o cigarro, especialmente por mulheres acima dos 35 anos, eleva e muito o risco de doenças cardiovasculares. Diversos estudos mostram que as substâncias do cigarro afetam diversas funções do sistema vascular arterial, mesmo quando a fumaça já não está mais no ar. Isso porque essas substâncias continuam circulando no corpo, favorecendo o acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias, problema conhecido como aterosclerose. Some isso ao fato de que a pílula combinada favorece a coagulação do sangue e o resultado pode ser desastroso, levando a um AVC, infarto ou trombose.
 
Hipertensão - A hipertensão costuma apresentar sintomas apenas em estágio muito avançado e, por isso, é fundamental medir a pressão arterial da mulher antes de recomendar o uso de uma pílula anticoncepcional.  Mulheres hipertensas já apresentam risco elevado de doenças cardiovasculares. Isso porque o coração fica hipertrofiado devido ao grande esforço para bombear o sangue nas artérias e, com o tempo, as artérias perdem a elasticidade, favorecendo o entupimento e rompimento das mesmas. Junto com a pílula, a probabilidade de sofrer um AVC ou outros problemas ligados aos vasos sanguíneos, como a trombose, é muito maior.
 
Trombose - A trombose é decorrente de três fatores principais: lesões nos vasos sanguíneos, propensão a formar coágulos e diminuição da velocidade da circulação. "Como a pílula favorece a formação de coágulos, seu uso é proibido para mulheres que já sofreram o problema ou apresentam histórico de trombose na família”. O trombo geralmente se forma em uma veia localizada nas pernas, mas ele pode se desprender e subir para os pulmões, causando embolia pulmonar, colocando a vida da mulher em risco.
 
Lúpus - O lúpus é uma doença autoimune extremamente complexa que afeta, inclusive, os vasos sanguíneos.  Além disso, a doença também pode estar relacionada a anticorpos que favorecem a coagulação sanguínea e, portanto, a formação de trombos. A associação com a pílula combinada eleva o risco de AVC, infarto e trombose, sendo, assim, contra indicada para os pacientes de Lúpus.
 
Obesidade - A mulher com obesidade tem um risco maior de sofrer eventos cardíacos e, em geral, ainda é vítima de problemas como colesterol alto e hipertensão.  Segundo o especialista, o tecido adiposo em excesso produz mais de 15 substâncias que interferem no funcionamento do organismo como um todo, inclusive nos níveis hormonais. Assim, o caso precisa ser bem avaliado para determinar o custo benefício do uso desse método anticoncepcional. Em alguns casos, apenas a exclusão do estrogênio, que exerce maior influência na coagulação, pode ser eficaz.
 
Doenças Hepáticas - Todo medicamento utilizado via oral é metabolizado no fígado.  Por isso, se a pessoa apresenta lesões hepáticas, como hepatite e cirrose, o uso da pílula pode ser contraindicado por sobrecarregar o órgão. Além disso, mesmo com o uso do contraceptivo é possível que aconteçam irregularidades menstruais. O hormônio não metabolizado não inibe a produção de hormônios pelo ovário, o que não diminui a efetividade do medicamento, mas pode desregular os níveis hormonais do corpo. 
 
Tumores Hormônios Dependentes - Alguns cânceres, como o câncer de mama de mama, têm receptores hormonais. Em outras palavras, eles são hormônios sensíveis, podendo ter seu desenvolvimento estimulado pelos níveis hormonais no organismo. Isso significa que indicar o uso de uma pílula pode agravar a situação do tumor. Como tumores costumam apresentar sintomas apenas em estágio avançado, exames de detecção preventivos são fundamentais para não deixar que o problema se agrave.
 
Varizes - Varizes por si só já denunciam uma mulher com problemas de circulação sanguínea,  dilatadas e deformadas, as veias indicam que o sangue não está conseguindo seguir seu curso normal, favorecendo, assim, a formação de coágulos. Durante a consulta, portanto, deve ser avaliado se o problema é isolado ou se ainda está associado a outros fatores de risco para problemas cardiovasculares, como a obesidade. Por isso, o uso da pílula combinada nem sempre é seguro.
 
Fator V de Leiden - O Fator V de Leiden é uma mutação genética que pode aumentar em até 100% o risco de a mulher sofrer um evento cardiovascular. A variação interfere diretamente na coagulação do sangue e pode ser identificada pelos laboratórios em mais uma etapa do teste de Papanicolau. De acordo com a especialista, a ação do Fator V de Leiden se dá junto às plaquetas, que podem aglutinar e formar um trombo. Identificado o problema, devem ser pensados outros métodos contraceptivos.

Fonte: Revista Natural.
 
*Da revolução sexual à emancipação feminina, a pílula anticoncepcional, cuja aprovação nos EUA, completou 50 anos ontem, já recebeu crédito por algumas das maiores revoluções social do século 20. Em 1960 as americanas foram às primeiras mulheres do mundo que puderam comprar, com autorização legal, o "Enovid", uma dose concentrada de hormônios que evitava a ovulação da mulher e assim possíveis casos de gravidez. JL

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