quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia do Escritor / Darcy Ribeiro.



Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo.
Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado.
Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo.
Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência de si...
Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros...

O Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos. Cresceu mal, porém. Cresceu como um boi mantido, desde bezerro, dentro de uma jaula de ferro. Nossa jaulasão as estruturas sociais medíocres, inscritas nas leis, para compor um país da pobreza na província mais bela da terra. Sendo assim, no Brasil do futuro, a maioria da gente nascerá e viverá nas ruas, em fome canina e ignorância figadal, enquanto a minoria rica, com medo dos pobres, se recolherá em confortáveis campos de concentração, cercados de arame farpado e eletrificado.
Entretanto, é tão fácil nos livrarmos dessas teias, e tão necessário, que dói em nós... A nossa conivência culposa

O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem um perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.

Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. 
E eu não vou me resignar nunca.

'Darcy Ribeiro'.
 
*Antropólogo, escritor e político brasileiro...a um genuíno brasileiro, meu preferido, que se fosse vivo, completaria hoje 90 anos: Darcy Ribeiro. Daqueles que não desistiu nunca. Um intelectual brasileiro dedicado em defender o que era verdadeiramente nosso. Um apaixonado pelo Brasil, empenhado nas melhorias da nossa Educação, inconformado com as agruras do povo, dedicado em entender nossas origens, assistir aos índios com quem conviveu e a quem defendeu como um cacique. Mais um mineiro, de Montes Claros, que enche nosso peito de orgulho. Adoro, adoro ler Darcy Ribeiro, o mais brasileiro de todos os Brasis! JL.

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